A construção de uma estrada de ferro que ligasse Montenegro até Caxias do Sul, um trecho de 116,59 km, iniciou no ano de 1905, arrendada a uma companhia belga. Assim, a então localidade de Trinta e Cinco passou a ser visitada por engenheiros, empreiteiros, políticos, pedreiros e muitos trabalhadores braçais. O trecho de Montenegro a Carlos Barbosa teria sido concluído em 1908, e a Estação inaugurada em 27/12/1909 (data que consideramos oficial), sendo que o trecho final, até Caxias do Sul, foi concluído em 1910. De Carlos Barbosa partiu um outro trecho, até Bento Gonçalves, o qual foi concluído em 1919.
Ainda em 1909, o empreiteiro que construiu a Estação Férrea prestou uma homenagem à sua noiva e escreveu na fachada o nome “Santa Luiza”, que acabou denominando a vila por um curto período de tempo. Já em 1910, o intendente de Garibaldi, Júlio Azambuja, resolveu homenagear o presidente do estado do Rio Grande do Sul, alterando o nome para Carlos Barbosa. Segundo Scottá e Carlotto “o nome Santa Luiza permaneceu até o Natal de 1911 ou 1912 (não existem registros exatos) quando foi trocada às pressas;) tendo em vista a passagem da autoridade” (pág. 22).
Até 1920, o transporte ferroviário foi operado pela Companhia Auxiliaire, e nesta data foi assumido pela Viação Férrea do Estado do Rio Grande do Sul, que promoveu melhorias na prestação do serviço. Em 1959, o Governo Federal assumiu a operação, através da Rede Ferroviária Federal S.A., que seguiu com transporte de mercadorias e passageiros, até a década de 1980.
A construção do prédio da Estação Férrea assinalou o início do desenvolvimento econômico da sede de Carlos Barbosa, fazendo sua ligação aos demais municípios. Também impulsionou o turismo, em uma época em que as pessoas buscavam veranear na Serra. Atualmente, o prédio da Estação Férrea é tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal.
Veja fotos do local:
Fonte de pesquisas:
MIGOT, Aldo Francisco. Carlos Barbosa: presente, primórdios e pioneiros. Caxias do Sul: Bellas-Letras, 2008.
MIGOT, Aldo Francisco. História de Carlos Barbosa. Porto Alegre: EST; Caxias do Sul: EDUCS, 1989.
SCOTTÁ, Romildo, CARLOTTO, Fernando. A emancipação: Carlos Barbosa ontem e hoje. Veranópolis: Gráfica Reúna, 2006.
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Texto: Paula Caroline Zan Carrard
Fotos: Leandro Facchini | Livro A emancipação – Romildo Scottá e Fernando Carlotto | Livro História de Carlos Barbosa – Aldo Francisco Migot